« Portugal recebe cada vez mais estrangeiros e a grande maioria vem para trabalhar », assinala um trabalho publicado no Expresso.
De acordo com este jornal , por exemplo « o Alentejo tem assistido à entrada de muitos trabalhadores vindos de países asiáticos para trabalhar em campos de agricultura intensiva ».
A taxa de emprego dos cidadãos estrangeiros em território nacional ultrapassa os 73%, está a subir desde a crise e ultrapassa a média europeia. Portugal destaca-se na integração de imigrantes de países terceiros no mercado de trabalho, sobretudo no Algarve, Centro e Alentejo, acrescenta o jornal, num texto assinado por SÓNIA M. LOURENÇO.
Eis um extrato do longo trabalho do Expresso, que pode ler na totalidade em expresso.pt:
Depois dos anos ‘negros’ da crise, em que Portugal viveu uma nova vaga de emigração e, também, de saída de muitos estrangeiros que residiam no território nacional, o saldo migratório regressou a valores positivos em 2017 e reforçou-se em 2018. Como resultado, o número de estrangeiros residentes em Portugal cresceu 13,6%, totalizando 480.300 cidadãos com título de residência válido, o valor mais elevado já registado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) desde o seu surgimento, em 1976.
São brasileiros, cabo-verdianos, romenos, ucranianos, britânicos, chineses, franceses, italianos, angolanos e da Guiné-Bissau – só para citar as nacionalidades mais representativas – e, na sua esmagadora maioria, estão a trabalhar. É essa uma das principais conclusões da análise dos dados do Eurostat, a partir do inquérito ao emprego. A taxa de emprego dos cidadãos estrangeiros em Portugal, com idades entre os 20 anos e os 64 anos, atingiu, em 2018, os 73,2%, um valor próximo da taxa de emprego para os cidadãos nacionais (na mesma faixa etária), que se fixou nos 75,4%.
Há outras conclusões a retirar. Os dados indicam que esta taxa tem vindo a subir em Portugal desde a crise – em 2015 estava nos 65,6% – embora ainda esteja abaixo do registado antes da crise, já que em 2008 se situava nos 78,9%. Mais ainda, a taxa de emprego dos estrangeiros em Portugal fica bem acima da média da União Europeia (UE), que ficou pelos 66,8% em 2018.
Os números significam que “a maior parte dos imigrantes que Portugal está a atrair vêm, sobretudo, para trabalhar, sejam cidadãos comunitários ou não comunitários”, destaca José Carlos Marques, investigador do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria.
É na integração dos cidadãos de países terceiros, não comunitários, no mercado de trabalho que Portugal mais se destaca. A taxa de emprego destes imigrantes (mais uma vez considerando a faixa etária entre os 20 anos e os 64 anos) atingiu 71,5% em 2018, o que compara com 59,2% na média da UE e é o nono valor mais elevado entre os 28 Estados-membros. Quanto à taxa de emprego dos cidadãos comunitários em Portugal situou-se nos 78,3%, mais uma vez acima da média da UE (77,1%), mas por uma margem muito mais pequena, colocando o país na décima posição entre os 28.