Português Guy Alves também condenado. Escândalo Bygmalion. Sarkozy condenado a pena de prisão, vai recorrer

(Alfa – Foto de abertura de Guy Alves, BFMTV)

Escândalo Bygmalion: Sarkozy condenado a pena de prisão, vai recorrer da sentença. Português Guy Alves também condenado.

 

Por Daniel Ribeiro. Alfa/com Expresso. Leia versão original em expresso.pt

Guy Alves é filho de emigrantes portugueses e é sócio e fundador da Bygmalion. Se não recorrer, Alves terá de cumprir a prisão efetiva, tal como os outros condenados, com braçadeira eletrónica no domicílio.

 

Nicolas Sarkozy foi esta quinta-feira condenado a uma pena de um ano de prisão efetiva num caso de fraude e cumplicidade de fraude, faturas falsas e financiamento ilegal da sua campanha eleitoral, em 2012.

Guy Alves, um luso-francês, dirigente da empresa Bygmalion, que falsificou as faturas, foi igualmente condenado a um ano de pena de prisão efetiva (que cumprirá, tal como Sarkozy, com pulseira eletrónica), mais um ano de pena suspensa.

Catorze réus (políticos e responsáveis da empresa que fez as falsas faturas) foram julgados e condenados. Todos podem recorrer das sentenças que foram lidas hoje no tribunal de Paris. O advogado de Nicolas Sarkozy já anunciou que vai recorrer desta sentença.

Guy Alves é filho de emigrantes portugueses e é sócio e fundador da Bygmalion. Se não recorrer, Alves terá de cumprir a prisão efetiva, tal como os outros condenados, com braçadeira eletrónica no domicílio.

Guy Alves, de 50 anos, é um quadro político de direita, é formado em Ciências Políticas e fundador da empresa Bygmalion, especializada na organização de eventos (na maioria políticos nacionais e de municípios de direita), e que foi responsável pela falsificação das faturas.

SUSPEITAS DE DESVIO DE MILHÕES DE EUROS

 

Alves, que chegou a ser suspeito e acusado por alguns dirigentes da direita de ter desviado milhões de euros, defendeu-se dizendo que alertou em devido tempo a equipa da campanha para que os limites legais de 22,5 milhões de euros tinham sido largamente ultrapassados – Nicolas Sarkozy teria gasto mais de 40 milhões de euros nessa campanha para as presidenciais.

O luso-francês acrescentou no tribunal que, como os responsáveis da campanha de Sarkozy não pagavam o que deviam à sua empresa, esta estava em risco de falência por não poder pagar nem a fornecedores nem aos seus funcionários.

Então, segundo Alves, a equipa de Sarkozy arranjou uma solução: as faturas foram apresentadas ao partido – então antiga UMP, atual Les Republicains (Os Republicanos) – que as pagou como se Bygmalion tivesse de facto trabalhado para o movimento político, o que não era verdade. Foram na altura inventados eventos fictícios, disse o luso-francês.

Alves contou tudo e o seu depoimento na instrução do processo e nas audiências foi determinante. Quanto a Sarkozy a sua defesa é límpida: não sabia de nada dos gastos da campanha, não era ele que se ocupava dessas coisas.

É a segunda vez que o antigo Presidente Sarkozy é julgado e condenado em tribunal. Já o foi também, em março passado, por “tráfico de influências” no “caso das escutas”, mas recorreu da pena de três anos de prisão (um ano efetiva).

Nicolas Sarkozy é também acusado de “corrupção passiva”, de financiamento ilegal de campanha eleitoral, recetação de fundos públicos líbios e de associação de malfeitores, no caso das suspeitas de financiamento líbio em 2007. Este processo está em instrução.

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