A produção mundial de carros deverá crescer 30% até 2030 para um total de 123 milhões de unidades, indica um estudo hoje divulgado, que estima também uma mudança de paradigma no setor com o crescimento dos veículos partilhados.
De acordo com o estudo “O futuro da estrutura da indústria automóvel FAST 2030”, feito pela consultora Oliver Wyman e citado pela agência noticiosa Efe, este crescimento ocorre após um aumento de 2,4% em 2017 para 97,3 milhões de unidades.
Segundo o documento, em causa está também um novo paradigma na indústria automóvel, estimando-se que o número de carros partilhados cresça 95% na Europa.
Nos Estados Unidos e na China este acréscimo ronda os 114% e os 358%, respetivamente.
“Apesar de o crescimento da indústria automóvel a nível mundial ser positivo, será acompanhado de mudanças estruturais e de um aumento nos custos para os quais o setor não está preparado”, indica o estudo elaborado por aquela consultora e citado pela Efe.
O documento aponta também que mais de 60% das vendas, entre 2020 e 2025, será de carros elétricos, algo que se deverá relacionar com o “endurecimento da regulação das emissões” poluentes.
Por regiões, o estudo prevê que um em cada três carros vendidos na China até 2030 seja totalmente elétrico, enquanto na Europa esta percentagem se fica pelos 25%.
Já no Japão e nos Estados Unidos projeta-se que 60% dos carros sejam híbridos em 2030, enquanto em África e na América do Sul a utilização de veículos movidos a energias alternativas não deverá ser muito significativa.
O autor do estudo e sócio da consultora Oliver Wyman, Joern Buss, destaca que a indústria automóvel enfrenta, assim, “uma autêntica tempestade entre a nova tecnologia transformadora e a mudança no comportamento dos clientes”.
No que toca à condução autónoma, o estudo revela que, em 2030, cerca de 25% dos novos carros vendidos estarão equipados com sistemas de automação parcial.
Já os veículos totalmente autónomos deverão equivaler a 15% das vendas.
É, assim, “provável” que este tipo de carros altere o setor, ao resultar do fabrico tradicional de veículos e da introdução de bens e serviços inovadores feita pelas empresas tecnológicas e de telecomunicações, adianta o documento.
Alfa/Lusa.