
« Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (…). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão », declarou o líder russo durante o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, esta sexta-feira.
Vladimir Putin afirmou esta sexta-feira, no Fórum Económico Internacional em São Petersburgo, que não procura a capitulação da Ucrânia, mas ao mesmo tempo insiste que russos e ucranianos são um só povo.
« Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (…). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão », declarou o líder russo durante o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.
Numa intervenção transmitida em direto pela televisão russa, Vladimir Putin comentou que todos estes conflitos exigem não só a atenção do Kremlin, « mas também a procura de soluções, de decisões, de preferência por meios pacíficos ».
Em relação ao seu aliado Irão, Putin disse que Moscovo cumpre todos os seus compromissos com a República Islâmica, mas afastou o envolvimento russo ao lado de Teerão na guerra iniciada por ataques israelitas em grande escala desde 13 de junho, justificados por Telavive com a necessidade de parar o programa nuclear iraniano.
« Sempre cumprimos os nossos compromissos, e o mesmo se aplica às relações russo-iranianas. Apoiamos o Irão na luta pelos seus interesses legítimos, incluindo a sua luta por um programa nuclear pacífico », sustentou, criticando aqueles que o acusam de não ter feito o que estava ao seu alcance para apoiar o Irão.
« O que mais deveríamos fazer? Iniciar algum tipo de operação militar, ou quê? », questionou Putin, acrescentando que o Kremlin « tem as suas próprias operações militares contra aqueles que considera inimigos das ideias que defende e contra aqueles que representam ameaças à Rússia ».
O Presidente russo afirmou que não procura o papel de mediador no conflito entre Israel e o Irão, mas está « simplesmente a propor ideias » para resolver a situação.
« Se forem apelativas para ambos os países, ficaremos felizes », disse Putin, ao referir que mantém contactos com Israel e os seus « amigos iranianos » quase diariamente, após a diplomacia de Moscovo ter considerado as justificações de Telavive para os seus ataques no Irão como cínicas.
Putin reivindicou posse de toda a Ucrânia
Na sua intervenção, o Presidente russo referiu-se também à Ucrânia e reivindicou a posse de todo o país vizinho, que mandou invadir em fevereiro de 2022, num conflito que persiste há mais de três anos e que envolveu o apoio militar do Ocidente a Kiev.
« Já o disse muitas vezes, considero o povo russo e ucraniano o mesmo povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa », defendeu, citando « uma regra antiga » ao moderador do debate « Onde a bota de um soldado russo pisa, é nosso ».
Com Imprensa RTP e Sic Notícias.