Quadro de Maria Helena Vieira da Silva em leilão em Paris na próxima semana

O quadro « Red Houses », da pintora portuguesa Maria Helena Veira da Silva, vai a leilão na próxima quarta-feira, em Paris, com um valor estimado entre os 100 mil e os 150 mil euros, anunciou hoje a casa Sotheby’s.

 

Com data de 1963, « Red Houses » é o 14.º lote do leilão de arte contemporânea do próximo dia 06, da Sotheby’s Paris, e surge a par de obras de artistas como Jean Dubuffet, Gerhard Richter, Antoni Tàpies e Serge Poliakoff.

« Red Houses » é uma das têmperas sobre tela apresentadas pela pintora portuguesa, em 1963, nas galerias Jeanne-Bucher, em Paris, Knoedler, em Nova Iorque, e na Phillips Collection, em Washington.

Com 37 centímetros de largura por 54 centímetros de comprimento, este quadro foi originalmente vendido pela galeria nova-iorquina, e seguiu para a Galeria Albert Loeb, também representada na capital francesa, onde um colecionador de Milão o adquiriu, de acordo com a genealogia agora apresentada pela leiloeira, que não indica alguma exposição pública da obra nem a passagem por Portugal.

O atual proprietário, um colecionador privado suíço, segundo os mesmos dados, comprou o quadro em 1999, através da galeria Applicat-Prazan, na capital francesa.

Entre os 43 lotes do leilão de arte contemporânea da Sotheby’s Paris, do próximo dia 06, encontram-se igualmente obras de Damien Hirst, Keith Haring, Roberto Matta, Tom Wesselmann, Manolo Valdés, com estimativas de venda que vão dos 150 mil aos 700 mil euros.

Um óleo sobre tela do pintor chinês Zao Wou-Ki, entre os 2,2 milhões e os 3,2 milhões de euros, outro do pintor japonês Kazuo Shiraga, dos 1,8 milhões aos 2,5 milhões de euros, e « Portrait d’homme moustachu façon carton pâte », quadro de Jean Dubuffet, com uma expectativa de venda entre 1,25 milhões e 1,80 milhões de euros, são os que apresentam as estimativas mais altas, para este leilão.

Na obra de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), « Red Houses » é contemporâneo de « Estela » (1964), outra têmpera, adquirida pelo Centro Georges Pompidou, em Paris, e óleos como « La Mer » (1961), « Au fur et à mesure » (1965) e « L’Esplanade » (1967), de maiores dimensões, que estão entre as seis telas adquiridas pelo Estado português, no ano passado, por 5,6 milhões de euros, e que fazem agora parte da coleção patente no Museu Arpad Szénes-Vieira da Silva.

No leilão de arte contemporânea de 06 de dezembro de 2017, a Sotheby’s Paris vendeu outro quadro da pintora, « Rue de la Glacière », um óleo sobre tela de 1955, por 309 mil euros.

No passado mês de março, o óleo de Vieira da Silva « L’Incendie » atingiu o valor de 2,29 milhões de euros, num leilão da Christie’s, em Londres. Trata-se de um dos quadros emblemáticos da artista, feito em 1944, durante o exílio no Brasil, e que fez parte da coleção Jorge de Brito.

Na passada segunda-feira, a Direção-Geral do Património Cultural publicou em Diário da República um anúncio relativo à proposta de classificação de interesse público da pintura « Les bicycletes ou Les Cycles », de Vieira da Silva, datada de 1951, na posse de um colecionador privado.

Alfa/Lusa

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