O seminário governamental de rentrée tinha sido adiado devido à demissão surpresa, há mais de uma semana, do ministro de Estado e do Ambiente, Nicolas Hulot. Finalmente, terá lugar esta quarta-feira para relançar a máquina do Executivo e tentar transmitir confiança aos franceses.
Uma sondagem de ontem, terça-feira, indica que apenas 31% dos eleitores estão satisfeitos com Emmanuel Macron, o resultado mais baixo de sempre para o Presidente que está há 16 meses no Eliseu.
Depois de mais de uma semana de hesitações sobre a escolha do sucessor de Hulot, que era o ministro mais bem visto do Governo, e sobre o projeto de retenção na fonte do imposto sobre os rendimentos, Macron acabou por tomar decisões.
A França terá IRS retido na fonte a 1 de janeiro de 2019 e Nicolas Hulot foi substituído por um ecologista considerado “mais pragmático e liberal”, o até agora presidente da Assembleia Nacional, François de Rugy.
Na pasta do Desporto, também houve mudança. A antiga campeã de esgrima, Laura Flessel, foi substituída por outra ex-campeã, mas de natação – Roxana Maracineanu, naturalizada francesa, nascida na Roménia.
“Estamos a avançar, é preciso não confundir exigência com hesitação”, disse o primeiro-ministro, Édouard Philippe, numa entrevista na televisão, na terça-feira à noite.
Antes de decidir avançar com a reforma fiscal sobre a coleta do IRS, Macron assegurou-se de que “tudo estava tecnicamente pronto”, segundo o Eliseu. Ele próprio tinha dúvidas sobre a eficácia da máquina administrativa e a imprensa revelou que testes registaram milhares de erros da administração fiscal a quatro meses da entrada em vigor da retenção na fonte.
Com estas decisões, o Governo decidiu assumir “a continuidade”. “Assumimos a continuidade com uma mensagem de calma, endurance e determinação”, explicou o chefe do Governo na televisão.