Pelo menos 207 pessoas morreram, incluindo um português, e 450 ficaram feridas nas oito explosões ocorridas hoje no Sri Lanka, a maioria delas resultantes de bombistas suicidas, segundo as autoridades locais, citadas por ‘media’ internacionais.
Entre as vítimas mortais está um português, Rui Lucas, de 30 anos, que vivia em Viseu e estava de férias no Sri Lanka, em lua-de-mel.
Logo ao início da manhã deste domingo de Páscoa, um dia sagrado para os cristãos, pelas 08:45 locais (03:15 em Portugal), a capital da ilha, Colombo, « acordou » com explosões, quase em simultâneo, em quatro hotéis de luxo e uma igreja.
Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra ao leste do país. A oitava explosão ocorreu num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda.
Os ataques terroristas no país asiático, que ocorreram em hotéis e igrejas, onde católicos participavam na missa pascal, foram já condenados pelos principais líderes mundiais, com o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a apelar a que os agressores sejam “rapidamente levados à justiça”.
Pela igreja católica, o Papa Francisco expressou a sua “tristeza” perante os ataques mortais neste domingo de Páscoa, mostrando-se próximo de “todas as vítimas de tal violência cruel”.
Em Portugal, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, evocou as vítimas dos ataques no Sri Lanka, durante a homília na Sé Patriarcal de Lisboa, e afirmou que o cristianismo é a religião mais perseguida no mundo atual.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, repudiou os ataques, tendo já apresentado as condolências à viúva da única vítima portuguesa conhecida até ao momento.
Pela parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamentou a morte de um português nos atentados, sublinhando a “determinação em combater o terrorismo sob todas as formas”.
Segundo as investigações iniciais, citadas pelo jornal britânico Daily Mirror, pelo menos seis explosões resultaram de bombistas suicidas, apontando para radicais islâmicos na origem dos ataques.
De acordo com a edição online do Daily Mirror, as investigações aos ataques revelaram que duas pessoas fizeram ‘check-in’ para o quarto 616 do hotel Shangri-La no sábado, 20 de abril, um dos quatro hotéis de luxo que foram alvo de explosões em Colombo.
As imagens do circuito fechado de televisão revelaram que os suspeitos detonaram as bombas no restaurante e no corredor do hotel.
Os investigadores suspeitam que foram usados explosivos C-4 com 25 quilos nos ataques ao hotel Shangria-La. Segundo o mesmo jornal, ainda não é claro se os bombistas suicidas eram locais ou turistas internacionais que chegaram à ilha com vistos de turista.
As autoridades locais já anunciaram oito detenções.
A maior instituição do islamismo, a Universidade de al-Azhar, também condenou os ataques, lembrando que o “instinto” dos “terroristas contradiz os preceitos de todas as religiões ».
“Não consigo imaginar que um ser humano possa atingir pessoas pacíficas no seu dia de comemoração », afirmou o grande imã de Al-Azhar, o xeque Ahmed al-Tayeb, através de uma mensagem na rede social Twitter, referindo-se aos ataques em hotéis e igrejas, onde católicos celebravam a missa pascal.
O ministério dos Negócios Estrangeiros do Sri Lanka já admitiu que possa haver, pelo menos, 27 estrangeiros entre as 207 vítimas mortais dos atentados deste domingo, embora só tenham sido confirmados cinco até ao momento.
O Governo do Sri Lanka decretou estado de emergência no país e a polícia impôs o recolher obrigatório.
Alfa/Lusa.