Zelensky substitui ministro da Defesa
“Decidi substituir o ministro da Defesa da Ucrânia”, disse Zelensky no seu discurso diário, no qual justificou que “Reznikov viveu mais de 550 dias de guerra” e que o Ministério da Defesa “precisa de novas abordagens e novas formas de interagir com o Exército, bem como com a sociedade civil em geral ».
Agora, prosseguiu o Presidente ucraniano, Rustem Umerov “deverá liderar o Ministério da Defesa”, referindo que a Rada (parlamento) da Ucrânia conhece bem esta pessoa e o senhor Umerov não precisa de apresentações adicionais », pelo que o nome proposto deverá ser apoiado.
A mudança de Reznikov, um advogado de 57 anos, por Umerov, ex-deputado e tártaro da Crimeia, de 41, na liderança do Ministério da Defesa surge em plena contraofensiva ucraniana iniciada em junho e após a divulgação de vários casos de corrupção envolvendo as forças armadas.
Na segunda-feira, Oleksiy Reznikov rejeitou novas acusações de corrupção relacionadas com equipamentos do exército, depois de órgãos de comunicação ucranianos terem revelado compras de uniformes a preços inflacionados.
Este foi o segundo escândalo de alegada corrupção relacionado com fornecimentos militares que abala o Ministério da Defesa da Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
No final de janeiro, uma série de altos funcionários ucranianos foram afastados dos seus cargos depois de a comunicação social ter revelado que um contrato assinado pelo Ministério e relativo à compra de produtos alimentares para soldados também apresentava valores exagerados.
Reznikov reconheceu então que os serviços anticorrupção do seu Ministério “falharam na sua tarefa”.
No início de agosto, todos os funcionários regionais encarregados pelo recrutamento militar foram demitidos por Volodymyr Zelensky, para terminar com um alegado sistema de corrupção que permitia, em particular, aos recrutas escapar do Exército.
Desde o início do ano, outros casos de grande repercussão vieram à tona na Ucrânia, um país onde a corrupção era endémica antes da invasão russa, e que Volodymyr Zelensky se comprometeu a combater, sendo um dos pontos essenciais para a candidatura de Kiev a estado-membro da União Europeia.