Um ano de coletes amarelos: Paris está de novo a arder

Um ano de coletes amarelos: Paris está de novo a arder. Confrontos em Paris entre a polícia e manifestantes duram desde as 10h. A polícia não consegue dominar os tumultos. Coletes amarelos celebram primeiro aniversário do início do movimento

Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro (Leia mais em expresso.pt)

Paris está de novo a arder, com confrontos e incêndios que duram há várias horas, designadamente na Praça de Itália, no sul da cidade. As autoridades acusam os Black Blocs (BB) de estarem na origem dos incidentes graves que se verificam em Paris desde cedo, esta manhã.

Sejam ou não os BB, facto é que, como constatou o Expresso, há dezenas, talvez duas centenas de encapuzados, que estão envolvidos na autêntica batalha campal com a polícia na vasta praça (de Itália) de Paris.

No local, por volta das 14h15 locais (menos uma hora em Lisboa), via-se uma espessa nuvem de fumo – proveniente dos gases lacrimogéneos e dos incêndios de barricadas, automóveis, veículos de estaleiros e mobiliário urbano diverso.

Este sábado, a polícia não tem mãos a medir na capital francesa, palco principal escolhido pelos “coletes amarelos” para comemorar o primeiro aniversário do início do movimento que pôs, desde há um ano, várias cidades francesas em polvorosa durante diversos sábados e meses consecutivos.

Além da praça de Itália, há outros locais onde a tensão é grande porque os “coletes” convocaram três manifestações para a capital (300 em todo o país). Nas praças da Bastilha e da República, bem como noutros pontos da capital, também se veem grupos de manifestantes e a concentração de muitas forças policiais. Na Bastilha, às 14h30 também se verificavam confrontos esporádicos.

Muitos outros contingentes das forças especiais permanecem na zona dos Campos Elísios para protegerem locais estratégicos de eventuais ataques, como o Palácio presidencial do Eliseu e outros edifícios institucionais.

A violência em Paris começou antes das 10h quando centenas de “coletes” bloquearam o “periférico”, a autoestrada circular que envolve a capital, com intervenção imediata da polícia antimotim.

Várias estações de metro da capital, pelo menos 20, continuam fechadas desde as seis da manhã.

Com as novas manifestações, os “coletes amarelos” desejam relançar o movimento que esteve algum tempo em “modo pausa”, “num momento de tréguas com o poder”, segundo disse ao Expresso o escritor e advogado luso-francês, Juan Branco, que defende os militantes.

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