Vítimas/Atentado/Nice: Duas mulheres, uma delas brasileira, e um antigo sacristão da basílica

Duas mulheres, uma delas brasileira, e um antigo sacristão da basílica: as vítimas do ataque em Nice.

 

Alfa/Lusa/Expresso

Uma das vítimas é Vincent Loqués, um homem de 55 anos que trabalhou durante uma década na Basílica de Notre-Dame de Nice, onde se deu o ataque de quinta-feira. A outra, uma mulher de 44 anos e nascida no Brasil, vivia em França há 30 anos. Trabalhava como cuidadora de idosos. Sobre a terceira pouco se sabe, a não ser que era mulher, tinha 60 anos, e dirigira-se à basílica para rezar.

Um homem de 55 anos que tinha dois filhos e trabalhou, em tempos, na Basílica de Notre-Dame de Nice, e uma mulher brasileira, mãe de três filhos, que vivia em França há várias décadas. Até ao momento, é isto que se sabe sobre duas das três vítimas do ataque ocorrido na quinta-feira, na referida basílica.

Três pessoas perderam a vida, uma delas uma senhora de 60 anos degolada no interior da basílica. O agressor, um tunisino de 21 anos que chegou a França no dia 9 de outubro, vindo de Itália, foi detido pela polícia e ferido a tiro com gravidade, tendo sido transportado para o hospital.

De acordo com o britânico “The Guardian”, Vincent Loqués, o homem de 55 anos que foi degolado, era católico e foi sacristão durante dez anos na basílica da cidade. Ali, também tinha como funções receber visitantes e devotos.

A mulher de cidadania brasileira chamava-se Laura Male e tinha 44 anos, segundo o site do jornal “O Globo”; foi esfaqueada várias vezes dentro da igreja e tentou esconder-se num bar ali perto, mas acabou por morrer. Terá dito a quem a socorreu, antes de morrer, « diga aos meus filhos que eu os amo ». A vítima nasceu em Salvador, capital do estado da Baía, no Brasil, e vivia em Paris há 30 anos, onde trabalhava como cuidadora de idosos.

O Governo brasileiro confirmou a morte de “uma mulher brasileira de 44 anos, mãe de três filhos e residente em França”, num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não se sabe se também teria nacionalidade francesa.

No caso da terceira vítima não há informações tão detalhadas. Sabe-se apenas que se tratava de uma mulher de 60 anos que se dirigiu à basílica, na quinta-feira, para rezar. Segundo fontes policiais, citadas pelo “Guardian”, foi degolada, tendo o agressor, aparentemente, tentado decapitá-la.

AUTORIDADES PRENDEM SUSPEITO DE TER CONTACTADO COM ATACANTE

As autoridades francesas detiveram esta sexta-feira um homem suspeito de ter contactado com o autor do ataque. A informação, segundo vários meios de comunicação internacionais, terá sido avançada por um fonte judicial.

Segundo esta fonte, o homem, de 47 anos, é suspeito de ter mantido contacto com o agressor e foi levado sob custódia policial na noite de quinta-feira.

O ataque ocorreu poucos dias depois da morte de um professor de 47 anos numa escola em Conflans-Sainte-Honorine, nos subúrbios de Paris. Samuel Paty foi decapitado por um refugiado de origem russa chechena por ter mostrado caricaturas do profeta Maomé no início de outubro, em duas aulas sobre a liberdade de expressão.

Ambos os ataques foram condenados, também esta sexta-feira, pela alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. “Condeno veementemente os hediondos assassínios de três seres humanos inocentes – incluindo duas mulheres – que ocorreram em Nice ontem [quinta-feira], bem como o horrível assassínio do [professor de francês] Samuel Paty há duas semanas”, disse Michelle Bachelet num e-mail enviado à agência de notícias AFP.

Bachelet pediu ainda aos líderes políticos e religiosos que denunciem “rapidamente” o discurso de ódio. “Os líderes políticos e religiosos, assim como os media, não devem apenas evitar incitar a violência, hostilidade ou discriminação, mas também se devem expressar firmemente e rapidamente contra o discurso de ódio.” A violência, acrescentou, “não pode ser justificada por uma provocação prévia”.

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