Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro
“Isto é uma revolução!”, exclama um manifestante radical, encapuzado, para os jornalistas, na rua de Rivoli, junto à praça da Concórdia, onde perto das 16 horas locais se verificavam confrontos muito violentos com a polícia e onde um carro tinha sido incendiado.
As mesmas cenas de extrema violência e de guerrilha urbana, raramente vistas em Paris, com incêndios, barricadas e ataques à polícia, verificavam-se dois quilómetros mais acima, nos arredores do Arco do Triunfo, onde carros e mesmo um banco tinham sido incendiados.
Na rua de Rivoli estavam concentrados centenas de manifestantes que pretendiam entrar na praça da Concórdia e aproximar-se do Palácio Presidencial do Eliseu. A polícia bloqueava a passagem, mas não conseguia controlar a violência na conhecida rua comercial do centro de Paris.
O mesmo acontecia nas ruas adjacentes ao Arco do Triunfo, nas ruas de Kleber e de Friedland, onde se verificavam confrontos, ardiam carros e mesmo uma agência bancária tinha sido incendiada.
A polícia pouco conseguia controlar porque, pouco antes das 16 horas locais o que se constatava é que centenas de “coletes amarelos” circulavam no centro de Paris visivelmente dispostos a forçar as barragens que a polícia montou desde as seis da manhã para os conter.