A presidente do CDS estava descontraída no conhecido restaurante do centro de Paris. Na véspera, dia 10 de junho, tinha ido comer sardinhas assadas ao ar livre, em Champigny-sur-Marne, nos arredores da capital francesa, junto ao monumento em memória de um comunista, Louis Talamoni, antigo presidente de Cãmara local e famoso por ter ajudado os portugueses a sobreviver no maior bairro da lata de que há memória em França, construído no início dos anos 1960.
No restaurante parisiense da zona central do Chatelet disse fazer “oposição firme, mas construtiva” ao Governo e que, “em matérias de investimento e de políticas para estimular a economia deve haver estabilidade, designadamente no domínio da fiscalidade e da previsibilidade e, no CDS, defendemos sempre isso, políticas de um certo consenso, que já houve no passado entre o PSD, o CDS e o PS nessas matérias”.
Em resposta a uma pergunta sobre se aconselha os emigrantes a investirem em Portugal no quadro político atual do Governo da “geringonça”, em Lisboa, foi clara: “Aconselho. Os emigrantes, os investidores, terão sempre no CDS um partido a defender o seu investimento e as condições para o crescimento da economia, defendemos a previsibilidade e um largo consenso nessas matérias e achamos que as medidas do atual Governo estão muito aquém do que seria necessário”.
VOTO ELETRÓNICO DOS EMIGRANTES
Sobre a participação eleitoral dos emigrantes portugueses e seus descendentes nas eleições em Portugal, que é quase nula, Assunção Cristas disse que esse é “um grande problema para o qual têm de ser encontradas soluções”. Não excluiu mesmo o recurso ao voto eletrónico dado que muitos portugueses vivem a centenas de quilómetros dos consulados e o voto pelo correio, demasiado burocrático, não satisfaz, não tendo permitido resolver a questão da gigantesca taxa de abstenção dos emigrantes.
“A procura de soluções está a ser debatida porque há uma realidade importante: terá de haver uma maior proximidade, uma maior facilidade para o exercício do direito de voto. É uma matéria muito importante, porque não podemos ficar sem a opinião de tantos portugueses que vivem fora do país. Por isso estou aberta a discutir também a solução do voto eletrónico, entre outras”, concluiu.