Emigrantes contra exclusão nos apoios à reconstrução das casas ardidas pelos fogos

O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) acusa o Governo de discriminar os emigrantes ao excluí-los dos apoios à reconstrução das casas destruídas pelos fogos, posição já assumida por um emigrante e antigo cabeça de lista socialista às últimas legislativas.

Numa carta dirigida ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, o Conselho Permanente do CCP manifestou “a sua profunda preocupação e a sua posição firme quanto ao regime de apoios à reconstrução de habitações” destruídas pelos fogos.

“O CCP reconhece a importância crucial e congratula-se com as medidas de apoio às vítimas desses flagelos, todavia constata com profunda apreensão que o referido diploma, ao condicionar o acesso aos apoios à condição de a habitação sinistrada ser a ‘residência principal e habitual do agregado familiar’, deixa de perceber que a grande maioria dos emigrantes portugueses têm em Portugal a sua casa de origem e afetos, constituindo a sua segunda residência”, lê-se na missiva.

Para o CCP, a exclusão é “discriminatória e ignora a realidade e a ligação dos emigrantes com o seu lugar de origem”.

“A casa em Portugal representa, para o emigrante, um vínculo material e emocional insubstituível com a sua terra, a sua cultura e a sua rede familiar e de amizades” e é “um património muitas vezes construído com enormes sacrifícios ao longo de uma vida de trabalho no estrangeiro”, prossegue-se no documento.

O CCP considera que “muitas habitações atingidas estão localizadas em territórios de baixa densidade, onde a presença e o investimento dos emigrantes são vitais para a sustentabilidade económica e demográfica”.

E por isso acredita que “a discriminatória falta de apoio à reconstrução poderá agravar o despovoamento e a desertificação”.

“A exclusão dos emigrantes ao apoio suscita fundadas reservas quanto à sua conformidade com a Constituição da República Portuguesa, por configurar uma violação dos princípios da igualdade (artigo 13.º), da igualdade de direitos entre portugueses residentes e não residentes (artigo 15.º) e da promoção da coesão nacional como tarefa fundamental do Estado (artigo 9.º)”.

O CCP recomenda ao Governo liderado por Luís Montenegro que promova, com caráter de urgência, a revisão e as necessárias alterações” da legislação, para eliminar a condição de « residência principal e habitual » como requisito de acesso aos apoios à reconstrução.

E solicita ao executivo que “garanta que futuros mecanismos de apoio em situações de catástrofe natural sejam concebidos à partida de forma a incluir todos os cidadãos portugueses, residentes e não residentes, assegurando a coesão nacional e a não-discriminação”.

Vitor Silva, cabeça de lista do PS pelo círculo Fora da Europa nas últimas eleições legislativas, também já tinha manifestado a sua oposição a esta discriminação.

Emigrante no Canadá, o militante socialista lamenta que os emigrantes continuem a ficar “de fora dos apoios à reconstrução das casas que infelizmente arderam nos incêndios que devastaram e ainda devastam Portugal de norte a sul”.

“Continuamos a ser considerados como cidadãos de segunda, continuamos a não ter os mesmos direitos de quem mora em território nacional, mesmo pagando os impostos e enviando remessas financeiras, que em muito ajudam a economia do país”, afirmou num comunicado.

Para o antigo cabeça-de-lista do PS, esta exclusão dos emigrantes não tem qualquer fundamento e representa “a continuação do esquecimento de quem é tão português como aqueles que residem dentro das fronteiras portuguesas”.

 

Com Agência Lusa.

Eurobasket: Portugal vence Estónia e qualifica-se para os oitavos de final

A seleção portuguesa de basquetebol qualificou-se hoje para os oitavos de final do Eurobasket2025, ao vencer a Estónia por 68-65, em encontro da quinta e última jornada do Grupo A, disputado na Xiaomi Arena, em Riga.

Num embate que apurada o vencedor e eliminava o derrotado, a formação das ‘quinas’, que já tinha batido a República Checa (62-50) e perdido com Sérvia (69-80), Turquia (54-95) e Estónia (62-78), como os estónios, perdia ao intervalo por 32-27.

A formação das ‘quinas’ vai terminar no quarto lugar do Grupo A, com sete pontos, e defrontar nos ‘oitavos’ o vencedor do Grupo B (Alemanha, Lituânia ou Finlândia), num embate marcado para sábado, em Riga, que será o palco de toda a fase a eliminar.

Nas três anteriores participações em Europeus, Portugal caiu na fase de grupos em 1951 (acabou no 15.º lugar) e em 2011 (21.º, com cinco derrotas em cinco jogos), mas, pelo meio, em 2007, qualificou-se, para acabar em nono, eliminado na segunda fase.

A 42ª fase final do Europeu começou em 27 de agosto e termina em 14 de setembro, disputando-se em Riga (Letónia), Limassol (Chipre), Tampere (Finlândia) e Katowice (Polónia).

 

Com Agência Lusa.

Incêndios: Mais de duas mil colónias de abelhas afetadas na Beira Alta

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Mais de 2.000 colónias de abelhas e 41 apicultores foram afetados pelos incêndios de agosto, só da Associação de Apicultores da Beira Alta (AABA), disse hoje à agência Lusa o presidente da organização, Rafael Guimarães.

“Só da AABA, estamos a falar de 41 apicultores e cerca de 2.000 colónias diretamente afetadas. Das que nos foram reportadas diretamente, foram 567 que arderam e 1.449 que, neste momento, não têm qualquer tipo de pasto”, contabilizou Rafael Guimarães.

A AABA tem associados em todo o distrito de Viseu e da Guarda e ainda em dois municípios – Tábua e Oliveira do Hospital, do distrito de Coimbra. Nessa região, há quatro associações de apicultores e a da Beira Alta “é a mais antiga”.

Segundo Rafael Guimarães, as restantes associações que trabalham na região “têm números muito idênticos, umas um pouco mais, outras menos um bocadinho, portanto, em quatro associações na região é só fazer as contas”, cerca de 8.000.

A preocupação, neste momento, é com a alimentação das abelhas, adiantou Rafael Guimarães, que está a tratar de “encaminhar os dados para as entidades” no sentido de os apicultores “poderem receber apoio para comprarem alimentos”.

“Há municípios que já estão a dar alimentos para os animais, onde incluem as abelhas, o que é bom, mas só estão incluídas as pastas açucaradas, mas daqui a uns tempos vão precisar dos bifes proteicos, um alimento bastante mais caro”, indicou.

Rafael Guimarães especificou que as abelhas recolhem das flores néctar e pólen que têm funcionalidades diferentes e o néctar está a ser substituído pelas pastas açucaradas.

“Mas é ao pólen que vão buscar as proteínas para a sua sobrevivência e reprodução e esse tem de chegar nos próximos tempos, porque a natureza já não vai ter esse alimento, e é preciso, o quanto antes, dar-lhes o bife proteico”, indicou.

Isto porque as abelhas ao estarem “a ser alimentadas só com pasta açucarada, em termos nutritivos, não é o ideal, porque a alimentação devia ser mais diversificada para evitar doenças parasitárias”.

Além de que, uma “má alimentação agora vai repercutir-se mais tarde”, por um lado “no estado nutritivo e, por outro, na capacidade para suportarem adversidades” de várias ordens, até climáticas.

Portugal continental foi afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram quatro mortos, entre eles um bombeiro, e vários feridos e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo dados oficiais provisórios, até 29 de agosto arderam cerca de 252 mil hectares no país.

Rádio Alfa com LUSA

Falta de água: quantidade de água desceu em agosto em todas as bacias hidrográficas

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A quantidade de água armazenada desceu em agosto em todas as bacias hidrográficas, apresentando contudo a maioria armazenamentos superiores às médias, segundo os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH).

No final de agosto, os armazenamentos, por bacia hidrográfica apresentaram-se superiores às médias do mês de agosto (1990/91 a 2023/24), exceto para as bacias do Mondego, Mira e Ribeiras do Barlavento.

Das albufeiras monitorizadas, 36% apresenta disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 4% inferiores a 40% do volume total.

As bacias do Douro e do Guadiana eram as que apresentavam maior volume de água com 88,2% e 84,9%, respetivamente, seguidas da do Vouga (79,5%), Sotavento (78,4%), Cávado (79,3%), Tejo (78%), Oeste e Alentejo (77%), Arade (75,7%) e Lima (71,5%)

No final de agosto, a bacia Barlavento era a que tinha menor quantidade de água com 48,4%, seguida da do Sado com 51,7%, Mira com 54,5% e Ave com 57,1%

A bacia hidrográfica do Barlavento algarvio foi durante muitos meses a que menos água retinha, tendo recuperado no último inverno. Há um ano tinha 16,7%.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

Rádio Alfa com LUSA

Novo livro: Retrato do “Chega a falar do Chega” e dos “vícios” que prometeu combater

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“Por dentro do Chega” é o título do livro do jornalista Miguel Carvalho que quis por “o Chega a falar do Chega” e que mostra como o partido reproduziu “os vícios da política que prometeu combater”.

O livro de Miguel Carvalho, que trabalhou no Diário de Notícias, semanário O Independente e revista Visão, investigou, ao longo últimos cinco anos, o partido liderado por André Ventura, leu milhares de páginas de documentos internos, cruzou informações e relatos, e fez mais de uma centena de entrevistas a fundadores, dirigentes e antigos dirigentes, militantes e ex-militantes.

“Alguns deles falam pela primeira vez”, afirmou à agência Lusa o jornalista, autor de sete livros, entre eles “Quando Portugal ardeu”, sobre o período revolucionário, e « Amália – Ditadura e Revolução, a história secreta”.

O resultado é “Por dentro do Chega – A face oculta de extrema-direita em Portugal », obra de mais de 750 páginas editada pela Objetiva (Penguin), e que promete o retrato do partido por aqueles que criaram e fizeram e revelar quem o financia, quais as suas redes internacionais e como atraiu eleitores de outros quadrantes para ser atualmente o segundo partido no parlamento.

A investigação que fez, sublinhou, mostra como o Chega “reproduziu, dentro do partido, os mesmos defeitos e os mesmos vícios da política que prometeu combater”.

Fundado em 2019, o partido apresentou-se para “defender os ‘portugueses de bem’, ‘arrasar’ o ‘sistema’, ‘limpar Portugal dos ‘bandidos’, ‘expulsar’ os imigrantes e erguer a ‘Quarta República’”, contribuindo para a polarização na democracia portuguesa, lê-se na apresentação da obra pela editora. E fez da corrupção um dos temas de campanha das mais recentes eleições.

“Ao contrário do que se possa pensar, o Chega não é uma criação de André Ventura. É, antes de mais, o resultado do falhanço de sucessivos governos ao longo dos últimos anos que falharam nas promessas que fizeram aos portugueses e o país”, levando à frustração do eleitorado, disse.

Miguel Carvalho afirma ainda que não quer “confundir os dirigentes, os militantes com o eleitorado do Chega”, lembrando como tentou ‘mergulhar’ no “país Chega” nesta viagem ao mundo da direita radical em Portugal, que começou a ganhar força eleitoral nas legislativas de 2019, com um deputado, e passou a 60 em 2025, dez anos depois.

Num excerto da introdução, divulgada pela editora à Lusa, Miguel Carvalho escreve que a maioria dos capítulos é material inédito, embora parte do livro tenha por base artigos e reportagens feitas para a Visão e para o Público, que foram “adaptados, retalhados ou desenvolvidos”.

Ao longo dos últimos cinco anos, descreve, recolheu “milhares de páginas de documentos que nunca viram a luz do dia”, foi a muitos eventos do Chega, fez “uma centena de entrevistas” e recolheu depoimentos “sobre momentos-chave da vida” do partido.

“Quis, genuinamente, conhecer este movimento histórico em todas as suas facetas. Não me contentei com telefonemas nem guardei uma distância higiénica, como muitos me recomendaram. Almocei, jantei, partilhei horas e dias com os seus dirigentes, militantes e apoiantes nas mais variadas circunstâncias”, escreve.

O livro de Miguel Carvalho, vencedor dos Prémio Gazeta de Imprensa e Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva, estará nas livrarias no dia 15 de setembro.

Jornalista Miguel Carvalho lança livro que faz retrato do “Chega a falar do Chega” e que mostra os “vícios” do partido.

 

 

Rádio Alfa com LUSA

Portugal sofre com França segunda derrota na prova

A seleção portuguesa voltou hoje a perder na 56.ª edição do Campeonato da Europa de hóquei em patins, por 3-1 frente à França, em Paredes, na segunda jornada do Grupo A.

Depois de ter saído derrotada na estreia frente à Itália, por 3-2, na segunda-feira, Portugal hoje perdeu novamente frente aos gauleses, que marcaram por Marc Rouzé, aos 15 minutos, Roberto Di Benedetto, aos 38, e Carlo Di Benedetto, aos 48, desvalorizando o tento assinado por Rafa, aos 25.

Como todas as seleções presentes na fase final, Portugal tem a passagem aos quartos de final assegurada apesar de ainda não ter pontuado e ocupar o quarto e último lugar do Grupo A, que é liderado pela tricampeã Espanha, com seis, à frente de Itália e França, com três cada.

A seleção lusa persegue um título que lhe escapa desde 2016, quando ergueu pela 21.ª vez o troféu e reforçou o estatuto de recordista, com mais dois títulos do que a Espanha.

 

Com Agência Lusa.

Diogo Jota e Jorge Costa ‘eternizados’ pela FPF em nova Praça dos Heróis

Os futebolistas Diogo Jota e Jorge Costa foram hoje ‘eternizados’ na Cidade do Futebol, em Oeiras, numa nova Praça dos Heróis apresentada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em cerimónia oficial de homenagem.

Com a presença das famílias dos malogrados atletas e de toda a seleção principal portuguesa, que se concentrou hoje para o começo da fase de qualificação para o Mundial2026, o presidente da FPF, Pedro Proença, explicou a criação deste novo espaço.

“Inauguramos a Praça dos Heróis, dos heróis imortais, que representam a nossa Portugalidade e onde iremos homenagear todos aqueles que, pelos desempenhos dentro e fora de campo contribuem para o engrandecimento do futebol português. Os heróis como o Diogo, o André [Silva, irmão de Diogo Jota] e o Jorge não são só nossos, são de todos. Inauguramos este espaço como um tributo ao Diogo, Jorge e a todos aqueles que tanto contribuíram para o futebol português”, frisou Proença.

Durante o seu discurso, a abrir a cerimónia, o dirigente prometeu “honrar sempre aqueles que fazem parte da história”, sendo essa uma “obrigação” e “o mínimo a fazer para retribuir o que o Diogo, o André e o Jorge deram” ao futebol português.

“Homens como Diogo Jota e Jorge Costa amavam o futebol, o seu país e a nossa seleção. Defenderam com valentia e dedicação as cores da nossa bandeira, que promoveram em Portugal e no estrangeiro os valores que todos nós pretendemos. Cada um, no seu tempo e à sua maneira, contribuíram para sermos o que somos hoje. Jamais permitiremos que o Diogo, o André e o Jorge sejam esquecidos. Eles estarão sempre connosco, sempre ao nosso lado, sempre presentes”, sublinhou.

Durante a cerimónia, foram ainda passados vídeos evocativos e de homenagem a Diogo Jota, protagonizado pelo amigo e colega Rúben Neves, e Jorge Costa, com a presença do presidente do FC Porto, André Villas-Boas, e antigos companheiros.

“O espírito do Diogo Jota acompanhará a nossa seleção na caminhada para este Mundial, que hoje aqui começamos. Seremos ‘23+1’. Eu sei que contaremos, nos exemplos do Diogo e do seu irmão André, com uma força extra para ultrapassar os momentos mais difíceis. Sei que honraremos o desejo de ganhar que caracterizou sempre o Diogo Jota, e também o Jorge Costa”, expressou o presidente federativo.

No final, foram descerradas placas de homenagem a Diogo Jota e Jorge Costa, no exterior do edifício, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que os condecoraram, a título póstumo, tendo ainda Rúben Neves sido o porta-voz oficial da equipa das ‘quinas’.

“Em meu nome e de toda a seleção nacional, dou uma palavra de conforto a toda a família e amigos de Jorge Costa, bem como ao FC Porto. Em especial para mim, e como me sinto um bocadinho parte desta família, deixo uma palavra de muita força à Rute, aos meninos e aos pais do Diogo e do André. Nós iremos fazer tudo para manter o Diogo presente connosco”, disse o jogador dos sauditas do Al-Hilal.

Diogo Jota, aos 28 anos, e André Silva, aos 25, perderam a vida no dia 03 de julho, num acidente de viação, enquanto Jorge Costa, aos 53 anos, em 05 de agosto, sentiu-se mal no centro de treinos do FC Porto, clube no qual desempenhava as funções de diretor para o futebol profissional, entrando em paragem cardiorrespiratória.

 

Com Agência Lusa.

PGR brasileiro considera todos os acusados responsáveis pela tentativa de golpe de Estado

O Procurador-Geral da República brasileiro afirmou hoje que o ex-Presidente e a sua cúpula são responsáveis por planear um golpe de Estado e que “todos convergiram” para assegurar a permanência de Jair Bolsonaro no poder.

« Todos os personagens são responsáveis pelos eventos que se concatenam entre si”, disse Paulo Gonet, durante leitura da acusação no primeiro dia do julgamento que pode levar Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão, frisando que « os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia [acusação] são fenómenos de atentado com relevância criminal contra as instituições democráticas ».

Segundo Paulo Gonet, “todos convergiram, dentro do seu espaço de atuação, para o objetivo comum de assegurar a permanência do Presidente da República na época na condução do Estado, mesmo que não vencesse as eleições, e mesmo depois de ter efetivamente perdido a preferência dos eleitores em 2022”.

Para o procurador-geral, tanto Bolsonaro, como os outros sete arguidos em julgamento, colaboraram “em cada etapa do processo de golpe, para que o conjunto de acontecimentos criminosos ganhasse realidade”.

Gonet salientou não ser necessária uma ordem oficial assinada por Bolsonaro para que haja crime de golpe de Estado, até porque « não é preciso um esforço intelectual extraordinário para reconhecer que, quando o Presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”.

Por essa razão, Paulo Gonet apelou à condenação de todos os envolvidos: “Punir a tentativa frustrada de tentativa de ruptura é imperativo, opera como elemento dissuasório contra o ânimo de aventuras golpistas”.

Segundo a acusação, o plano foi discutido antes mesmo das eleições de outubro de 2022, começando com uma campanha contra o sistema eleitoral e tomou forma concreta após a derrota de Bolsonaro nas urnas para Lula da Silva.

A acusação sustenta que, na investigação, foi encontrado o rascunho de um decreto que anulava as eleições e ordenava a detenção de alguns juízes, entre eles Alexandre De Moraes, hoje relator do processo.

Também foram encontrados documentos sobre um plano para vigiar os movimentos de Lula da Silva, do vice-Presidente, Geraldo Alckmin, e de Alexandre de Moraes.

No documento, o « punhal verde e amarelo », sugeria-se até a possibilidade de assassiná-los através de « envenenamento », disse.

Paulo Gonet acusou ainda Bolsonaro de ter incentivado os acampamentos em frente aos quartéis do Exército, logo depois das eleições presidenciais, nos quais se exigia a intervenção militar para impedir a posse de Lula da Silva.

Meses de desinformação e de ataques verbais levaram a que, a 08 de janeiro de 2023, milhares de radicais invadissem e atacassem as sedes dos três poderes em Brasília, cerca de uma semana depois da tomada de posse de Lula da Silva.

A primeira sessão do julgamento que pode levar à prisão por mais de 40 anos de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado foi aberta sem a presença do ex-Presidente brasileiro, que decidiu não comparecer e que se encontra em prisão domiciliária a poucos quilómetros do tribunal.

A sessão em Brasília foi aberta por volta das 09:00 pelo juiz presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, marcada por fortes medidas de segurança nas imediações do tribunal.

Além de Jair Bolsonaro, vão a julgamento o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general na reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República Augusto Heleno, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general na reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Neto.

O coletivo do STF é formado pelo juiz Alexandre de Moraes (considerado o ‘inimigo número um’ do ‘bolsonarismo’), por Flávio Dino (ex-ministro da Justiça do Presidente, Lula da Silva), Luiz Fux (indicado ao STF pela então Presidente Dilma Roussef), Cármen Lúcia (indicada ao STF por Lula da Silva) e Cristiano Zanin (ex-advogado pessoal de Lula da Silva).

Nesta primeira audiência, apenas um dos réus está presente: o general na reserva Paulo Sérgio Nogueira, que foi ministro da Defesa durante o governo Bolsonaro.

 

Com Agência Lusa.

Mais de mil milhões de pessoas no mundo vivem com perturbações mentais

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A OMS alerta que o investimento médio na área da saúde mental representa apenas 2% dos orçamentos nacionais da saúde. Mais de mil milhões de pessoas vivem com perturbações mentais, como ansiedade e depressão, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando que o investimento médio nesta área representa apenas 2% dos orçamentos nacionais da saúde.

Os estudos indicam que os distúrbios mentais mais comuns são a ansiedade e a depressão que, em conjunto, representam mais de dois terços de todas as condições de saúde mental. « Entre 2011 e 2021, o número de pessoas que vivem com perturbações mentais aumentou mais rapidamente do que a população global », alertou ainda a agência das Nações Unidas, que aponta para um crescimento da prevalência global de 0,9% numa década. A OMS estima que adultos mais jovens – entre os 20 aos 29 anos – apresentam os maiores aumentos de prevalência de distúrbios mentais desde 2011 (1,8%).
Os relatórios agora divulgados indicam também que em 2021 cerca de 7% das crianças dos cinco aos nove anos e 14% dos adolescentes dos 10 aos 19 anos do mundo viviam com uma perturbação mental.
O suicídio continua a ser uma « consequência devastadora, ceifando cerca de 727 mil vidas só em 2021 » e é uma das principais causas de morte entre os jovens de todos os países e contextos socioeconómicos, de acordo com os relatórios.
Apesar dos esforços globais, o progresso na redução da mortalidade por suicídio é insuficiente para atingir os objetivos das Nações Unidas, que prevê uma redução de um terço nas taxas de suicídio até 2030, mas, com a trajetória atual apenas será atingida uma diminuição de 12% até esse prazo. Ao nível do impacto económico, a OMS alerta que, anualmente, perdem-se 12 mil milhões de dias produtivos de trabalho devido à depressão e à ansiedade. « Em média, os países dedicam apenas 2% dos seus orçamentos de saúde à saúde mental », realça a organização, que conclui que, em países de baixo rendimento, há pouco mais de um profissional de saúde mental por 100.000 habitantes, em comparação com mais de 60 em países de rendimento elevado.
A organização concluiu também que a reforma e o desenvolvimento dos serviços de saúde mental estão a progredir lentamente, tendo em conta que menos de 10% dos países realizaram a transição completa para modelos de cuidados comunitários. Os cuidados hospitalares continuam a depender fortemente dos hospitais psiquiátricos, sendo que quase metade dos internamentos ocorrem involuntariamente e mais de 20% duram mais de um ano, refere. A OMS considera que estes relatórios são « ferramentas essenciais » para fundamentar estratégias nacionais e para o diálogo global antes da reunião de alto nível das Nações Unidas sobre doenças crónicas não transmissíveis e promoção da saúde mental, que vai decorrer este mês em Nova Iorque.
Rádio Alfa com SIC Notícias

Incêndios: PJ detém cinquentagenário suspeito de atear três fogos na Maia em agosto

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Um homem de 55 anos foi detido por suspeita de atear três incêndios florestais com recurso a chama direta em Folgosa, na Maia (Porto), no dia 19 de agosto, anunciou hoje a Polícia Judiciária.

Segundo a PJ, o homem indiciado pela autoria de “pelo menos três crimes de incêndio florestal” terá ateado as chamas entre as “00:35 e as 02:20 do passado dia 19 de agosto”.

O suspeito, residente na área, terá provocado os incêndios com recurso a chama direta, em zona de interface urbano-florestal, criando perigo para uma mancha florestal significativa, bem como para vários edificados, essencialmente equipamentos industriais e habitações”, lê-se no comunicado de imprensa.

O detido tem antecedentes pela prática deste mesmo tipo de crime.

Após provocar o primeiro incêndio, o homem detido ausentou-se do local, regressando depois da saída dos bombeiros, para provocar novos focos de incêndio, acrescenta a Judiciária.

O detido vai ser presente à autoridade judiciária para interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.

A 15 ago, a GNR anunciava que tinha detido 42 pessoas em flagrante delito pelo crime de incêndio florestal entre 01 de janeiro e 13 de agosto de 2025.

A 15 de agosto, o número de detidos em 2025 já tinha superado o número total de detidos ao longo de todo o ano de 2024, 36 pessoas detidas pelo crime de incêndio florestal e 551 identificados como suspeitos.

Rádio Alfa com LUSA

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