CGD em Paris escapou à fúria deste sábado

O banco português antecipou-se à violência e protegeu, na véspera dos ataques dos elementos mais radicais ligados à revolta dos “coletes amarelos”, a sua maior agência na capital de França. Só um vidro está partido, este,  do lado da avenue Marceau, não do lado da agência:

(Imagens captadas ao fim da manhã de domingo, 2 de dezembro de 2018, que mostram a fachada da principal agência em Paris da Caixa Geral de Depósitos, localizada a cerca de cem metros da Place de L’Étoile e do Arco do Triunfo (zona alta dos Campos Elísios), no número 98 da avenida de Iéna.)
Imagens captadas ao fim da manhã de domingo, 2 de dezembro de 2018, que mostram a fachada da principal agência em Paris da Caixa Geral de Depósitos, localizada a cerca de cem metros da Place de L’Étoile e do Arco do Triunfo (zona alta dos Campos Elísios), no número 98 da avenida de Iéna
Imagens captadas ao fim da manhã de domingo, 2 de dezembro de 2018, que mostram a fachada da principal agência em Paris da Caixa Geral de Depósitos, localizada a cerca de cem metros da Place de L’Étoile e do Arco do Triunfo (zona alta dos Campos Elísios), no número 98 da avenida de Iéna
Imagens captadas ao fim da manhã de domingo, 2 de dezembro de 2018, que mostram a fachada da principal agência em Paris da Caixa Geral de Depósitos, localizada a cerca de cem metros da Place de L’Étoile e do Arco do Triunfo (zona alta dos Campos Elísios), no número 98 da avenida de Iéna

Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro

Apenas um vidro foi partido. Ao lado do banco português, diversas outras agências, de outros bancos, foram atacadas, e algumas vandalizadas e assaltadas.

As avenidas de Iéna e de Kleber, bem como a de Presbourg e Marceau e todas as da zona dos Campos Elísios, onde está instalada esta agência da CGD, foram muito afetadas pela guerrilha urbana que atingiu Paris este sábado, durante horas a fio.

Mas não foi apenas a CGD que, aparentemente tomou precauções, porque até agora não há notícia de outros estabelecimentos de comércio portugueses vandalizados.

“Até agora (12h em Paris, 11h em Lisboa) não houve qualquer chamada para o nosso telefone de emergência, que temos sempre aberto no Consulado, nestas ocasiões”, disse ao Expresso o Cônsul-Geral de Portugal em Paris, António Albuquerque Moniz.

FC Porto segura liderança isolada ao vencer Boavista com golo de Hernâni aos 90+5

O FC Porto segurou hoje a liderança isolada da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer no terreno do rival Boavista, por 1-0, com um golo do suplente Hernâni, aos 90+5 minutos do jogo da 11.ª jornada.

Os campeões nacionais conquistaram a quarta vitória consecutiva e somam 27 pontos, mais três do que o Sporting de Braga, segundo classificado, e mais quatro do que o Benfica, terceiro, enquanto o Boavista segue no 16.º posto, com os mesmos nove pontos de Tondela e Feirense.

Na segunda-feira, o Sporting pode voltar a ficar a dois pontos dos ‘dragões’, em caso de vitória na visita ao Rio Ave, quinto com 18, na estreia do holandês Marcel Keizer no comando técnico dos ‘leões’ em jogos para o campeonato.

Resultados da 11.ª jornada da I Liga:

– Sexta-feira, 30 nov:

Santa Clara – Belenenses, 2-3 (1-1 ao intervalo)

– Sábado, 01 dez:

Marítimo – Vitória de Setúbal, 0-1 (0-0)

Benfica – Feirense, 4-0 (0-0)

Sporting de Braga – Moreirense, 2-0 (2-0)

– Domingo, 02 dez:

Portimonense – Tondela, 3-2 (3-1)

Desportivo das Aves – Nacional, 2-3 (1-1)

Desportivo de Chaves – Vitória de Guimarães, 0-1 (0-1)

Boavista – FC Porto, 0-1 (0-0)

– Segunda-feira, 03 dez:

Rio Ave – Sporting, 21:15

Alfa/Lusa.

Governo ponderou decretar estado de emergência

Vasta zona do centro de Paris atingida pela violência de ontem. Governo não exclui decretar estado de emergência. Presidente Emmanuel Macron reúne gabinete de crise e pode decretar o estado de emergência depois das cenas de inacreditável vandalismo e de guerrilha urbana de ontem em diversas zonas nobres da capital.  Até o Arco do Triunfo foi profanado. Para apaziguar a cólera dos “coletes amarelos”, Macron poderá ter de ceder a algumas das suas principais reivindicações.

Alfa/Expresso. Adaptação. Por Daniel Ribeiro (leia mais sobre esta crise em França em expresso.pt)

(Photo by Geoffroy VAN DER HASSELT / AFP)

Retrato rápido de um sábado de caos em Paris: duras cenas de guerrilha urbana, diversos incêndios de dezenas de automóveis, de autocarros, de barricadas, e mesmo de árvores, de bancos e de prédios, destruição e pilhagens de lojas e de bancos, 287 detidos, mais de 100 feridos entre eles 17 polícias. Um dos feridos , um “colete vermelho” radical, está este domingo entre a vida e a morte depois de um incidente, durante a noite, na rua de Rivoli, junto ao Jardim das Tulherias.

Neste domingo, os parisienses acordaram de manhã atónitos com a espantosa destruição que atingiu na véspera, durante horas e horas a fio, uma muito vasta zona de vários quilómetros quadrados do coração da capital.

Algumas das imagens dos incêndios de ontem faziam lembrar as das periferias, em 2005, quando Paris esteve cercado por uma revolta durante cerca de um mês. Mas o caos que se viveu no sábado desde manhã cedo e se prolongou durante a noite não tinha nada a ver com os acontecimentos de há 13 anos.

Desta vez, foram atingidas diversas das partes mais nobres e mais chiques da capital, os bairros números 16, 8, 9 e 1, em pleno centro histórico e turístico, onde apenas reside gente abastada – da Praça do Trocadéro e do quarteirão da Ópera a diversas ruas da zona dos Campos Elísios, passando pelas muito conhecidas avenidas Foch, Kléber, Grande Armée, Iéna, Raymond Poincaré ou Haussmann, entre outras.

Dezenas de ruas e praças ficaram irreconhecíveis depois da passagem de três mil “coletes amarelos” radicais que se dividiram em pequenos grupos muito móveis de algumas dezenas de pessoas e que, depois do cair da noite, atacaram simultaneamente em diversos locais da cidade colocando os parisienses residentes nessas zonas em autêntico estado de pânico.

Os 4600 polícias que tinha sido destacados para garantirem a segurança na capital pouco puderam fazer e tiveram muitas vezes que recuar face à grande violência dos ataques que os visavam. Os polícias apenas conseguiram manter de pé as barragens que não permitiram aos radicais chegarem perto do Palácio Presidencial do Eliseu e da Embaixada dos Estados Unidos da América, que eram dois dos seus principais alvos.

Símbolo entre os símbolos da Pátria e do mundo, até o Arco do Triunfo, onde se encontra o túmulo do soldado desconhecido, foi vandalizado, profanado e pilhado. Nas suas veneráveis pedras ficou escrito “Macron Demissão”, que voltou a ser, pelo terceiro sábado consecutivo, a reivindicação mais ouvida em Paris.

Falando a partir da Argentina, onde estava na cimeira do G20, o Presidente Emmanuel Macron condenou “os que apenas querem o caos”, garantiu que nunca aceitará a violência e marcou uma reunião de crise para logo que regresse a Paris, neste domingo.

Nos corredores do poder, na capital, não se exclui a declaração do estado de emergência na cidade, com designadamente a proibição de manifestações. “Para mim não há tabu, nenhuma pedida pode ser excluída”, declarou a este respeito o ministro do Interior, Christophe Casyanter.

Mas a medida poderá ser contestada pelos “coletes amarelos” e também pelos partidos que apoiam o movimento, que vão da extrema-direita à extrema-esquerda, passando pelos da direita clássica (Os Republicanos) e os socialistas. Só os apoiantes da República em Marcha, de Emmanuel Macron, e uma parte dos ecologistas, do ministro do Ambiente, François de Rugy, não apoiam os “coletes”.

Muitos comentadores consideram que Emmanuel Macron e o Governo apenas têm uma saída para tentar acabar com esta crise considerada “demasiado grave”: ceder a algumas reivindicações do movimento, designadamente através de uma moratória sobre os aumentos dos preços dos combustíveis previstos para um de janeiro e “um gesto” a favor das pensões de reforma e dos salários mais baixos.

Esta revolta inédita dos “coletes”, nascida na internet há menos de três semanas sem ideologia nem líderes nacionais conhecidos, começou por protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis. Mas hoje as suas revindicações são muito mais vastas e vão do poder de compra e aumentos de salários e pensões ao pedido de demissão do presidente Emmanuel Macron, à convocação de eleições legislativas antecipadas e mesmo ao fecho do Senado.

Além de Paris, neste sábado decorreram manifestações em dezenas de outras cidades francesas, com registos de violência e incidentes mais ou menos graves igualmente em Marselha, Nice, Toulouse, Dijon, Estrasburgo e Lille, entre outras localidades.

Até aos confrontos e às cenas de guerrilha de ontem, cerca de três quartos dos franceses apoiavam os “coletes”, segundo diversas sondagens. Até essa altura, eles eram vistos como uma espécie de porta-vozes da França profunda, da revolta da província contra as elites de Paris, das pessoas das classes baixas e médias que precisam de um carro para ir à farmácia, ao hospital ou ao supermercado.

O apoio dos franceses aos “coletes amarelos” manteve-se intacto depois das manifestações violentas de há oito dias, quando incêndios e batalhas campais colocaram também, então, os Campos Elísios em estado de sítio.

“Isto é uma revolução!” Violência em Paris cada vez mais grave

Às 15h45, hora de Paris, um banco, barricadas e veículos ardiam na zona do Arco do Triunfo em Paris. Dois quilómetros mais abaixo, na rua do Rivoli, na zona da praça da Concórdia, um carro ardia. A essa hora, toda a Paris-chique estava fora de controlo e dominada pela violência. “Isto é uma revolução!”, exclama um “colete amarelo”

Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro

“Isto é uma revolução!”, exclama um manifestante radical, encapuzado, para os jornalistas, na rua de Rivoli, junto à praça da Concórdia, onde perto das 16 horas locais se verificavam confrontos muito violentos com a polícia e onde um carro tinha sido incendiado.

As mesmas cenas de extrema violência e de guerrilha urbana, raramente vistas em Paris, com incêndios, barricadas e ataques à polícia, verificavam-se dois quilómetros mais acima, nos arredores do Arco do Triunfo, onde carros e mesmo um banco tinham sido incendiados.

Na rua de Rivoli estavam concentrados centenas de manifestantes que pretendiam entrar na praça da Concórdia e aproximar-se do Palácio Presidencial do Eliseu. A polícia bloqueava a passagem, mas não conseguia controlar a violência na conhecida rua comercial do centro de Paris.

O mesmo acontecia nas ruas adjacentes ao Arco do Triunfo, nas ruas de Kleber e de Friedland, onde se verificavam confrontos, ardiam carros e mesmo uma agência bancária tinha sido incendiada.

A polícia pouco conseguia controlar porque, pouco antes das 16 horas locais o que se constatava é que centenas de “coletes amarelos” circulavam no centro de Paris visivelmente dispostos a forçar as barragens que a polícia montou desde as seis da manhã para os conter.

Violência, confusão e cenas de caos em Paris

A zona alta da Avenida dos Campos Elísios tal como a área adjacente ao Arco de Triunfo estão a ser palco de confrontos violentos entre a polícia e manifestantes dos « coletes amarelos ». Já há dezenas de detidos e alguns feridos, entre eles polícias.

Alfa/Expresso: por Daniel Ribeiro

Toda a zona da célebre avenida, incluindo a praça da Concórdia, está cercada pela polícia e vêem-se “coletes amarelos” em grupos mais ou menos grandes um pouco por todo o lado. Os manifestantes mais radicais estão sobretudo concentrados na zona alta da principal « sala de visitas » de Paris, junto ao Arco do Triunfo. Os distúrbios começaram de manhã cedo, às 8h40 (menos uma hora de Lisboa), quando alguns manifestantes recusaram apresentar bilhetes de identidade e ser revistados na primeira barreira montada pela polícia na parte alta da avenida dos Campos Elísios.

Os confrontos, duros, continuavam depois das 11 horas locais e “coletes amarelos” mais radicais, que serão diversas centenas, montavam barricadas na zona, onde era difícil respirar devido à elevada quantidade de bombas lacrimogéneas disparadas pela polícia.

Mais de 40 manifestantes foram já detidos e o ministério do Interior disse que são 1500 os “coletes” mais radicais envolvidos nos confrontos.

Toda a zona da célebre avenida de cerca de dois quilómetros, incluindo a praça da Concórdia, está cercada por barragens da polícia e vêem-se “coletes amarelos” em grupos mais ou menos grandes um pouco por todo o lado.

Os incidentes, graves e com barricadas, continuavam quando estão marcadas para esta tarde, em Paris, pelo menos mais duas manifestações, uma delas sindical outra “esquerdista”, designadamente para as praças da República e da Bastilha.

A mobilização dos “coletes amarelos”, pelo terceiro sábado consecutivo, também se verificava um pouco por todo o país, aí sem registo de incidentes graves, mas com forte mobilização.

O movimento inédito dos “coletes”, nascido na internet sem ideologia nem líderes nacionais conhecidos, começou por protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis: Mas hoje as suas revindicações são muito mais vastas e vão do poder de compra ao pedido de demissão do presidente Emmanuel Macron e à convocação de eleições legislativas antecipadas e ao fecho do Senado.

« Coletes amarelos ». Distúrbios começaram cedo esta manhã nos Campos Elísios

Incidentes entre polícias e manifestantes eclodiram cedo, nesta manhã de sábado, dia de manifestações dos « coletes amarelos » em Paris.

 

Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro
Com efeito, desde as 8h40 (7h40 em Lisboa) na zona alta dos Campos Elísios, junto ao Arco de Triunfo, as forças policiais, muito presentes nas ruas de capital francesa responderam com gases lacrimogéneos quando algumas centenas de « coletes amarelos » tentaram forçar uma barragem de segurança para entrarem na célebre avenida sem se identificarem nem serem revistados.
Desde essa hora, foram disparadas várias bombas lacrimogéneas e a polícia continuava a tentar dispersar os manifestantes mais de uma hora depois dos primeiros distúrbios.
Em Paris, as principais manifestaçóes contra o aumento dos preços dos carburantes  e pelo aumento poder de compra estão marcadas para mais tarde este sábado.
Foi surpreendente que os primeiros incidentes se tenham verificado logo de manhã quando apenas estavam perto do Arco do triunfo algumas centenas de « coletes amarelos », muito deles visivelmente radicais.
Neste sábado decorrem igualmente outras manifestações noutras localidades de França e mais maniofestações estão marcadas para outros bairros de Paris. 

Irredutíveis gauleses contra Presidente “insensível às pessoas”

‘Coletes amarelos’ voltam à rua: “Desde maio de 68 que não se via coisa assim!”, diz uma líder sindical da polícia. Irredutíveis gauleses contra Presidente “insensível às pessoas”.

Alfa/adaptação de artigo publicado no Expresso deste sábado, edição semanal. Por Daniel Ribeiro

Milhares de polícias mobilizados e milhares de manifestantes são esperados, hoje, em zonas centrais e turísticas da capital francesa. Paris vive mais um sábado de alta tensão, o terceiro consecutivo, depois dos violentos confrontos e incêndios de há uma semana e de terem sido erguidas numerosas barricadas na principal sala de visitas da cidade, na Avenida dos Campos Elísios e em redor do Arco do Triunfo.

Duas semanas após ter nascido, via internet, com bloqueio de estradas e pontos económicos estratégicos em todo o país, o inédito movimento dos ‘coletes amarelos’ continua a ser apoiado por cerca de dois terços da população francesa (segundo sondagens) e coloca Emmanuel Macron e o Governo em grandes dificuldades.

Os ‘coletes’ desconcertam o poder, que não sabe como responder-lhes. A revolta surgiu contra o aumento dos preços dos combustíveis, mas as reivindicações depressa se estenderam ao poder de compra, ao aumento das pensões de reforma e salários mais baixos, ao restabelecimento do imposto sobre a fortuna (ISF revogado por Emmanuel Macron, a quem os ‘coletes’ chamam “Presidente dos ricos”).

Agora os manifestantes exigem mesmo novas eleições. Gritam “Macron demissão”, pedem a dissolução do Parlamento, querem fechar o Senado — que “só serve para gastar milhões”, diz um deles ao Expresso — e acham que a atual composição da Assembleia Nacional não representa o país.

Em poucos dias, os ‘coletes’ afirmaram-se como porta-vozes da França profunda que precisa do carro para ir à farmácia, ao hospital ou ao supermercado, e da revolta das províncias contra as elites de Paris. Sem ideologia nem líderes nacionais, encostaram o poder à parede. Para já, Macron e o seu primeiro-ministro, Édouard Philippe, prometeram apenas ajustar os impostos sobre os combustíveis à flutuação dos preços do petróleo. Continuam a garantir que não abandonarão as medidas previstas para a “transição ecológica fundamental”.

FIM DO MUNDO E FIM DO MÊS

Os governantes anunciaram, porém, uma mudança de método. O chefe de Estado aceita dialogar e debater com a sociedade a nível nacional, “durante três meses” e de forma descentralizada, “com todos os atores políticos e associativos, incluindo os ‘coletes amarelos’”. Macron promete: “Vamos discutir os problemas ecológicos, ou seja, o clima e o aquecimento global, o fim do mundo, e o poder de compra dos trabalhadores, isto é, o fim do mês.”

A força do movimento surpreendeu a Presidência e o Governo, que numa primeira fase optaram por menosprezá-lo. Tentaram marginalizá-lo e colá-lo a “vândalos” e “ultras”, à extrema-direita e à extrema-esquerda, mas não funcionou. Entre a centena de detidos na manifestação de sábado passado, a larga maioria era gente simples, com profissões normais, sem passado político nem ficha na polícia. Muitos participavam pela primeira vez numa manifestação.

É certo que tanto Marine Le Pen, líder dos populistas e nacionalistas franceses, como Jean-Luc Mélenchon, chefe da esquerda “não alinhada”, apoiam o movimento. Mas não são só eles. A direita clássica (Os Republicanos) e os socialistas também estão com os ‘coletes’, tal como o anterior Presidente, François Hollande, e a sua ex-mulher, Ségolène Royal, antiga ministra da Ecologia. “É preciso continuar!”, disse-lhes Hollande, surpreendentemente, na quinta-feira.

Com a popularidade em queda acentuada (26% de opiniões favoráveis, segundo recente estudo de opinião), Macron é considerado por manifestantes contactados pelo Expresso na Praça da República, em Paris, — quinta-feira à noite durante uma concentração de esquerda —, como “insensível aos problemas das ‘pessoas pequenas’”.

Forçado pela pressão da rua e pelo descontentamento que atravessa o país de lés a lés, o Presidente tenta apaziguar e travar a mobilização marcada para hoje em Paris e noutras localidades. Deu ordens ao primeiro-ministro e ao ministro da Ecologia, François de Rugy, para receberem representantes dos ‘coletes amarelos’. Começaram a fazê-lo nos últimos dias, mas o diálogo não está fácil, porque as reivindicações são vastas e, sobretudo, porque o movimento não tem verdadeiros representantes e as suas bases não reconhecem os que foram convidados para reuniões nos ministérios.

IRREDUTÍVEIS GAULESES

A impopularidade do chefe de Estado cresceu após o caso Benalla (chefe da segurança de Macron que tentou montar no Eliseu uma polícia paralela e foi filmado a bater em manifestantes a 1 de maio, em Paris). Macron cometeu também gafes terríveis para a sua imagem. Certo dia, numa rua da capital, disse a um jovem horticultor desempregado que “bastava atravessar a rua” para encontrar trabalho. Noutra altura, na Dinamarca, elogiou os cidadãos locais, deplorando que os franceses não fossem como eles, e sim “gauleses refratários à mudança”. “Aqui tens, Macron, os irredutíveis gauleses refratários na rua!”, exclamam por estes dias alguns dos ‘coletes’ durante os bloqueios.

Macron promete ajustar os impostos sobre o combustível ao preço do petróleo, mas não deixa cair medidas de transição ecológica

A crise social começa a perturbar as fileiras macronistas, e alguns deputados da maioria inquietam-se e pedem “uma moratória” sobre os aumentos dos combustíveis, previstos para 1 de janeiro. Hoje, as autoridades tentarão evitar a todo o custo a repetição das cenas violentas de há oito dias.

Tudo aponta para que os manifestantes sejam numerosos e tentem, de novo, desfilar nos Campos Elísios. A conhecida avenida estará fechada ao trânsito e o ministro do Interior, Christophe Castaner, anunciou que será montado um dispositivo para controlar “sistematicamente” a identidade de todos os que quiserem entrar na zona.

Na internet, os apelos a manifestações “cívicas e apolíticas” multiplicaram-se nos últimos dias, em praticamente todo o país. Em Paris, além de os ‘coletes amarelos’ pretenderem voltar ao Arco do Triunfo, aos Campos Elísios e à Praça da Concórdia (o mais perto possível do palácio presidencial do Eliseu), há convocatórias para outras zonas sensíveis da capital: junto à Igreja da Madalena, perto da Concórdia, e ainda nas praças da República e da Bastilha.

Para complicar ainda mais a vida ao Governo, alguns sindicatos apelam à participação nas manifestações, e associações de estudantes liceais também dão sinais de querer juntar-se ao movimento. Os ‘coletes amarelos’ dizem que a França vai conhecer hoje o Ato III deste protesto original no país.

Alguns comparam estes acontecimentos ao sucedido em maio de 1968, que paralisou a França durante um mês inteiro. Para este sábado, a segurança será extrema: mais de cinco mil polícias foram destacados só para Paris. “Desde maio de 68 que não se via uma coisa destas!”, exclamava, ontem de manhã, Linda Kebbab, líder de um sindicato da polícia francesa.

Natal. Recolha de alimentos. Todos Solidários. Santa Casa da Misericórdia de Paris

A Santa Casa da Misericórdia de Paris informa que a sua campanha de recolha de produtos alimentares terá lugar  durante os primeiros 15 dias de dezembro de 2018.

« Graças à colaboração de todos, os resultados de 2017 foram muito positivos », diz a Santa Casa em comunicado.

« Em 2017, pudemos apoiar mais de 170 pessoas ou famílias, às quais foram distribuídas mais de 3 toneladas de produtos. Muitas destas pessoas continuaram a receber um auxílio continuado, duas ou mais vezes por mês até outubro 2018 », acrescenta o comunicado.

Veja a lista das datas e locais de recolha bem como uma lista não exaustiva dos alimentos não perecíveis no site internet da Santa Casa:

http://www.misericordiadeparis.org/noticias/noticia.php?cod_noticia=42

“Todos Solidários” é o tema da Campanha de Natal de 2018. « Não há pequenas ofertas. Será com a cadeia de fraternidade que vamos construir o dia-a-dia e em conjunto », afirma o comunicado.

Na foto, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris, António Fernandes

Vieira diz que Rui Vitória vai continuar a ser treinador do Benfica

 Rui Vitória vai continuar a ser o treinador da equipa de futebol do Benfica, anunciou hoje o presidente do clube, depois de se ter reunido com o técnico na sequência da goleada sofrida perante o Bayern de Munique.

 

 

« Rui Vitória continua a ser o nosso treinador. Não vamos esconder que comentámos e falámos ontem [quarta-feira] sobre a continuidade ou não de Rui Vitória », afirmou Luís Filipe Vieira, revelando que a decisão de saída « estava tomada » e que mudou depois de refletir durante a noite.

A declaração de Vieira surge depois de vários orgãos de comunicação social terem notíciado a saída de Rui Vitória na sequência de uma série de maus resultados, o último dos quais na terça-feira, com a derrota no terreno do campeão alemão, por 5-1, em jogo do Grupo E da Liga dos Campeões.

Luís Filipe Vieira disse que Rui Vitória « está comprometido com o Benfica » e que é « o homem certo para o lugar certo », considerando que a mudança de treinador seria prejudicial para o projeto do Benfica.

Alfa/Lusa.

Sporting goleia Qarabag e assegura 16 avos de final

O Sporting garantiu hoje o apuramento para os 16 avos de final da Liga Europa de futebol, ao golear os azeris do Qarabag por 6-1, na estreia europeia do treinador holandês Marcel Keizer, em jogo do grupo E.

A goleada ‘leonina’ começou a ser escrita cedo, com Bas Dost, aos cinco minutos, a inaugurar o marcador, o Qarabag ainda respondeu aos 14, com um golo de Zoubir, mas, a partir daí, o Sporting tomou conta da partida e Bruno Fernandes, com um ‘bis’ aos 20 e 75, Nani, aos 33, e Diaby, também com um ‘bis’ aos 65 e 82, anotaram os restantes tentos.

Com esta vitória, o Sporting assegurou o segundo lugar do grupo, agora com 10 pontos, menos três do que os ingleses do Arsenal, que hoje venceram na Ucrânia o Vorskla Poltava por 3-0 e asseguraram em definitivo a vitória no grupo, por deterem vantagem no confronto direto com os ‘leões’.

O Sporting não marcava seis golos num jogo das competições europeias desde a vitória por 6-1 na receção aos suecos do Halmstad, em 01 de novembro de 2001, na segunda mão da segunda ronda da Taça UEFA de 2001/02. Em jogos fora de casa, é preciso recuar a 17 de setembro de 1986, dia em que os ‘leões’ venceram o Akranes na Islândia, por 9-0, na primeira mão da eliminatória inaugural da Taça UEFA de 1986/87.

Alfa/Lusa.

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